6ª f e sábado, dias 12 e 13 de Setembro
(a partir das 20h00)
Happy Hour - POESIA em destaque
sábado dia 13 de Setembro, às 21h30
Apresentação de livros de Poesia e leituras
Pedro Afonso e Manuel Moya
Apresentação da revista Sulscrito nº 2
*
as roupas
corriam corriam corriam
pelo campo a respiração esverdeava
em fuga até deitar por fora os pensamentos
planavam sós numa clareira sombria
corriam nus despidos e quentes
sentindo sentindo sentindo
o mundo roçar-lhes raspar-lhes a pele os flancos
e sob os pés os cortes de estarem vivos vivos vivos
e na paragem dos corpos
todos os fluidos se libertavam na terra
a lama onde lutavam pelo ar enquanto
lhes sarava a pele e o fôlego
possuiam-se à força cravados como espinhos
nas carnes um do outro até doer nos muros
colando os corpos de baba e sangue e pó e unhas
raspavam-se nas árvores que assistiam mortas
e geravam lagartos que a ela lhe saíam do sexo
e que ele depois comia comia comia
e enterravam-se e sustiam a respiração
até quase não voltarem a ver poder pensar
depois voltando ao sítio de partida
choravam que se cegavam de vergonha
inconsoláveis mordiam os lábios sem olhar os corpos
de novo a presença das roupas crescia crescia crescia
CANCIÓN DEL TAJO
Me quiero navegable como el Tajo
y que un hato de lucios o de tencas
salten por mi vientre.
En invierno quiero dar calor a una comarca
y en verano arrancar el escalofrío de un niño.
Me quiero navegable
y que los barcos crujan en mis huesos
y bailen las muchachas al compás de una orquesta,
que los viejos pesquen en mi orilla
y no falte al arenero su jornal, su vaso de alma.
Me quiero navegable y ser por un momento
reflejo de esos pájaros que cruzan
volando el continente,
nubes a quienes nada importa
quedarse en el camino
o deshacerse como uva en el lagar del cielo.
Me quiero navegable y estar pasando a veces
y cantar a mi modo
canciones muy sencillas y tristes.
Sem comentários:
Enviar um comentário