ABRIMOS NOS DOMINGOS 15 e 22 DEZ.

Aberto de 2ª a Sábado
das 10h às 14h e das 15h30 às 19h30
abrimos à noite para as sessões agendadas

AGENDA

29/01/09

6 meses de Pátio de Letras

Ao longo dos pouco mais de 6 meses que decorreram desde a sua abertura, as editoras e os livros disponíveis no Pátio de Letras multiplicaram-se, as iniciativas culturais também.
Estamos, agora que começam a ser mais audíveis as manifestações de incentivo, ainda mais (ainda mais?!) animados no prosseguir deste projecto.

O alargamento a novas editoras prossegue, ainda que por vezes de forma bem mais lenta do que gostaríamos, porque apesar da facilidade de comunicação que a informática permite e pese embora a concorrência, há quem persista em não mudar procedimentos manifestamente obsoletos.
E porque os livros vão sendo cada vez em maior número e queremos continuar a dar destaque não só às novidades mas também àqueles que são tidos por livros e/ou autores de referência (e porque não, também àqueles de que gostamos muito e pronto!), vamos reorganizar a livraria.
No próximo sábado 31, dia da inauguração da exposição da artista plástica, residente em Faro, Cidália de Brito, poderão já ver as alterações, ponto de partida para um trabalho de divulgação dos autores cujas obras formos destacando, trabalho que foi levado a cabo nalgumas Happy Hour e interrompido com o termo destas, no final do Verão.

Oxalá quem já se habituou e gosta do visual do Pátio não estranhe... ou então, parafraseando Pessoa, que estranhe mas depois entranhe :)

Os dias do Amor

Um poema para cada dia do ano


já à venda no Pátio de Letras

(apresentação com leitura de poemas sábado dia 14 de Fev., às 17h00)

A antologia tem 74 poemas inéditos e 38 traduções inéditas

E também algumas surpresas, como poemas de Sérgio Godinho ou Fernando Ribeiro (dos Moonspell) e poema visuais (um de E. M. de Melo e Castro e outro de Fernando Aguiar)

lista dos autores do Algarve e nacionalidades dos demais, nesta antologia de poesia organizada por Inês Ramos: ver aqui


3 poetas tramados...

dia 30 às 21:30 na livraria Trama, em Lisboa

poesia ibérica

manuel moya por luis filipe cristóvão
francis vaz por tiago nené
rui dias simão por vitor cardeira

org. Fernando Esteves Pinto (sulscrito)

(clicar na imagem para aumentar/ler)


A propósito fica já a nota: no dia 6 de Março, 6º f, às 21h30, o livro de poesia do Rui Dias Simão será apresentado no Pátio de Letras

27/01/09

Novos Livros no Pátio de Letras

Mesmo seleccionando muito as encomendas, chegam praticamente todos os dias ao Pátio de Letras novidades editoriais e não só... nem tem dado tempo para colocar umas capas no blog...

Obrigada aos AMAR GUITARRA que, com a sua excepcional performance, proporcionaram a todos (e foram muitos) que foram ao Patio@Bar ouvi-los na noite de 23, sensações para recordar.

Voltaremos a ter a oportunidade de os ouvir no Patio@Bar na noite de 6ª f, 20 de Fevereiro.

18/01/09

poemas avulsos (1)

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.

Morre lentamente,
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que
conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

e agora... algo completamente diferente

Maria Andrade vai
à casa de banho
do aeroporto de Kinshasa
para rezar
precisa de agradecer
o encontro fortuito
com Túlio
como nas igrejas
em que entra
pela primeira vez
(é a primeira vez
que entra na casa de banho
do aeroporto de Kinshasa)
pede três graças
que mantém secretas
o Pai bate na testa
o Filho entre as maminhas
o Espírito na maminha esquerda
e o Santo na direita
às vezes o Espírito Santo
fica todo
na maminha esquerda
outras vezes o Santo
fica no ar entre as maminhas
Maria Andrade
de joelhos
de mãos postas
reza
mas as maminhas interferem
com os antebraços
Maria Andrade
nunca viu nada escrito
sobre este assunto

Adília Lopes, Quem quer casar com a poetisa? (selecção de Valter Hugo Mãe)

17/01/09

antecipando...

a chegada da reedição de Breviário Mediterrânico (Quetzal), aqui fica um link de abrir o apetite para a leitura desta obra de Predrag Matvejevitch.

(capa da 1ª edição, de 1994)

Edgar Allan Poe

Este álbum de BD é constituído pelas oito melhores novelas do famoso escritor Edgar Allan Poe e tem a assinatura de Horacio Lalia, um autor argentino que, desta forma, prestou tributo a este Grande Mestre do fantástico. Capa dura. Ed. ASA - PVP: 5,5 €














Ed. Alma Azul, colecção literatura portátil - PVP 4,94 €



Contos Policiais, Ed. Guimarães - PVP 13,50 €











Histórias escolhidas por um sarcástico
Ed. Ministério dos Livros - PVP 16,91 €






Baudelaire, ed. Alma Azul PVP 4,94 €






Em breve teremos mais títulos deste fantástico (literal e metaforicamente falando...) autor.
Oxalá neste ano de 2009, em que se completam 200 anos sobre o seu nascimento, sejam reeditados os muitos títulos esgotados.

Manga Ancha no Pátio de Letras


Manga Ancha é uma revista trilingue, impulsionada por um colectivo de professores espanhóis, marroquinos e portugueses que pretende contribuir para a criação de pontes entre os três países vizinhos, criando um espaço de encontros e de difusão de escritas periféricas.

O número zero foi dedicado sobretudo à poesia, o seguinte ao conto, e neste deu-se liberdade quanto ao género, apenas solicitando-se aos autores que escrevessem sobre um dos três países vizinhos, um olhar sobre o outro. Independentemente da língua de criação, todos os textos estão apresentados nas três línguas.

A revista dedica também um espaço às artes visuais. O presente número está ilustrado com obras de pintores contemporâneos marroquinos.

15/01/09

"A faca não corta o fogo" de novo nas bancas

Herberto Helder não autoriza mesmo a edição de mais exemplares de A faca não corta o fogo, o livro que, de há tanto esgotado e esperado, voltou a esgotar antes mesmo de chegar às bancas.

Mas autorizou a sua edição conjunta com outros escritos, alguns também há muito esgotados, num livro a sair já em Janeiro (Assírio & Alvim) , ao preço de 48 €...

OFÍCIO CANTANTE - POESIA COMPLETA (encadernado)

A edição será, mais uma vez, pequena, pelo que sugerimos que reserve o seu exemplar (ver os nossoa contactos na lateral direita).


Mais Editoras e Revistas no Pátio de Letras


Muito muito em breve no Pátio:


Chaves Ferreira (edições especiais, que até agorasó tinhamos disponíveis por encomenda)
Dinalivro (com os seus excelentes álbuns e não só)

Dentro de mais alguns dias contamos ter:

Aletheia
Bico de Pena (uma chancela da Pergaminho com boas surpresas, de Anïs Nin e Óscar Wilde à "geração queimada da América", passando por Stephen Zweig e Mircea Eliade)
Civilização
Estampa (com a sua mítica colecção "B" e muito mais)
Figueirinhas (um clássico, um must!)
Nova Vega
Pedra da Lua
Planeta Tangerina ( livros infantis de entre as melhores de 2008)
Ulisseia
Vendaval
(outras: ver na lateral do blog)

Revista LER
Revista MEA LIBRA

e para os que preferem algo realmente DIFERENTE

a AVERNO, a Scribas e a Fenda
farão em breve companhia à & etc, Frenesi, Canto Escuro, Antígona...


14/01/09

AMAR GUITARRA no Pátio@Bar


23 Janeiro, 6ª f, às 22h

trio coordenado pelo guitarrista João Cuña

dia 14 Fevereiro, sábado, às 22h

quarteto coordenado pelo guitarrista João Cuña


saber mais sobre o AMAR GUITARRA aqui

10/01/09

grandes autores - pequenos preços (3)

da campanha da Dom Quixote (Janeiro 2009) seleccionámos para si, no Pátio de Letras (todos os livros a 10 €) - clicar nas imagens para aumentar):







Grandes autores-pequenos preços (2)



Livros Alma Azul


saborosos de ler, olhar e...tocar







grandes autores - pequenos preços (1)



A "Biblioteca de Editores Independentes" juntou recentemente ao seu excelente catálogo mais 11 títulos de autores africanos de língua portuguesa - colecção África Minha.

Pode ler alguns excertos das obras nos catálogos que disponibilizamos para o efeito. Os livros encontram-se em expositor próprio, no Pátio de Letras.

Os preços continuam tão apetitodsos como os livros: de 4€ a 8 €!

Ver todos os livros do catálogo e os preços aqui

Celso Cruzeiro e Fernando Pessoa debatem «A Nova Esquerda»


9 Janeiro, no Barlavento on line:


Celso Cruzeiro e Fernando Pessoa debatem «A Nova Esquerda» em Faro


«A Nova Esquerda - Raízes teóricas e horizonte político» é o tema da palestra-debate que vai ter lugar no sábado, às 17h00, no Pátio de Letras, em Faro, com a presença de Celso Cruzeiro e de Fernando Pessoa.

O ponto de partida será o livro da autoria do advogado Celso Cruzeiro, com o mesmo título, lançado em Novembro passado, em que o autor faz uma espécie de testamento político numa viagem ao interior do marxismo.

Na apresentação do livro em Lisboa, Celso Cruzeiro tinha afirmado que «não podemos procurar as soluções para as questões conflituais e sociais nas páginas X do "Capital" que Marx escreveu, nós não temos que regressar a Marx nesse sentido, nós temos é de trazer Marx aos dias de hoje e ver até que ponto e em que medida a teoria marxista nos ajuda a perceber a complexidade nova que ele não viu porque não existia no tempo dele».

Celso Cruzeiro garantiu que este era o «livro que queria fazer antes de morrer» e que lhe permitiu evoluir e mudar esquemas de pensamento, alertando para a falta de capacidade de «avançar», rompendo com as ideias concebidas há séculos.

«Aflige-me muito que na complexidade das sociedades modernas de hoje nós tentemos demonstrar de um ponto de vista de um texto de mais de um século atrás uma solução e nos lamentemos que o texto não seja maior. É porque não somos capazes de, no texto ou na prática, avançar», afirmou o autor.

«É enquanto vivemos que nos compete fazermos aquilo que nos parece provisoriamente que deve ser feito», acrescentou.

O outro palestrante é o arquitecto paisagista Fernando Pessoa, que muitas vezes tem reflectido sobre os rumos da Esquerda, como aliás o fez no texto de opinião publicado na edição desta quinta-feira, dia 8 de Janeiro, nas páginas do semanário «barlavento».

«No PS, como aliás em todos os partidos socialistas europeus desde o desmoronamento do bloco soviético, perdeu-se, para a maioria dos seus militantes e simpatizantes, a noção da identidade de esquerda democrática. O PS de Sócrates pratica uma política liberal com uns veios ou afloramentos (mitigados) de social, demasiado evidente para poder continuar a reivindicar-se de esquerda», escreveu Fernando Pessoa.

«Onde está a verdadeira esquerda do PS? Ouve-se a voz quase isolada de Manuel Alegre, que ao conseguir mais de um milhão de votos nas Presidenciais, guarda um invejável capital de credibilidade – mas é ele, então e os outros? Onde estão os socialistas do PS? Esta falta de clareza nas opções político-ideológicas dos principais partidos portugueses carece de urgente clarificação, a curto prazo», acrescentou no seu artigo.

«A ala esquerda do PS encontra aliança lógica no BE, podendo formar com ele um partido de esquerda democrática; certamente, no BE algumas franjas mais próximas do leninismo acabarão por se aliar ao PCP. Ficaríamos assim com um leque partidário arrumado de forma mais compreensível – um partido bem definido à direita, um partido social liberal ao centro, um partido de socialismo de esquerda democrática; e depois o PCP, onde pontificam o leninismo e alguns vislumbres de estalinismo (como não há outro da Europa!!)», escreveu ainda Fernando Pessoa, no artigo publicado esta quinta-feira no «barlavento».

Com estes dois pensadores, a palestra-debate marcada para sábado no Pátio de Letras, em Faro, promete uma viva troca de ideias. A entrada é livre.

05/01/09

Sábado 10 Janeiro, 17h00

Finisterra

Todos quantos lêm depressa, não leiam! Abstenham-se os devoradores de palavras, os do fast food literário, pedalantes leitores do sprint da novidade, camisolas amarelas do vien de paraître.

Finisterra é um prodígio cinematográfico para se estudar o que se lê. Cada palavra por si e há que voltar atrás e fazer a ligação, ponto por ponto para que a figura ganhe corpo.
Tudo ali arranca de uma fotografia que reproduz a paisagem que a criança descreve, vendo-a de uma janela, num caderno que o homem lê. Tudo continua na almofada que reproduz, em traço geométrico e sugere o mesmo em gravura abstracta, o que da janela se alcança de na fotografia se condensa. Tudo se esgota na folha perdida nos papéis de família e suas notas sobre o povoamento, povoações temporárias, os camponeses de passagem. E o vento, a presença desse vento milenário e suas areias, dunas sobre dunas a perder de vista, as cores crestadas, os lugares malignos em nossa casa, que não merecemos.

Carlos de Oliveira mais do que escrever, desenha, é o arquitecto da realidade e o geómetra da irrealidade. Finisterra é um jogo de volumetrias, de tonalidades, de planos de corte, de projecções de espaços substantivos em planos não poliédricos.
E, no fim, em excelência, a sussurrar que «na paisagem, na fotografia, na almofada, não havia ninguém. Pois não. E eu povoei-as. Quer dizer, povoei o desenho a pensar nelas». Vem na página 16. Da edição da Assírio. A que vou continuar a ler.

JAB

01/01/09

desejos para 2009, desejos de sempre


Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossivel,
Há sem duvida quem não queria nada -

Tres tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possivel,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

Álvaro De Campos


Que esse pátio continue a ser espaço de encontro de
ideias,
saberes,
(ainda não)saberes
(quase)saberes
...
vontades de compreender,
motivos de concordâncias,
discórdia radical, porque profunda, porque exigente, porque genuina
vozes de gente que quer MUDAR
para que Haja Espaço para
a VIDA
mais justa, mais AMADA e mais AMANTE

Graciosa


um muito obrigada à Graciosa, que enviou ao Pátio estes desejos e que, de Lisboa, apoia militantemente o projecto Espaço de Memória-Pátio de Letras (sem conhecer nenhum dos seus mentores... é obra!)