ABRIMOS NOS DOMINGOS 15 e 22 DEZ.

Aberto de 2ª a Sábado
das 10h às 14h e das 15h30 às 19h30
abrimos à noite para as sessões agendadas

AGENDA

28/01/10

Evocação de Mário de Sá-Carneiro

Uma Jangada de Pedra a Caminho do Haiti

O produto da venda deste livro (PVP 15 €) é integralmente destinado às vítimas do sismo do Haiti (via Cruz Vermelha)

iniciativa José Saramago e Editorial Caminho, a que o Pátio de Letras aderiu


Muitas Novidades editorias e novas Editoras no Pátio de Letras

Entre muitas outras novidades editoriais de que tentaremos ir dando conta com mais regularidade, destacamos hoje o novo livro de valter Hugo Mãe: " A MAQUINA DE FAZER ESPANHOIS".

Esta é a história de quem, no momento mais árido da vida, se surpreende com a manifestação ainda de uma alegria. Uma alegria complexa, até difícil de aceitar, mas que comprova a validade do ser humano até ao seu último segundo. a máquina de fazer espanhóis é uma aventura irónica, trágica e divertida, pela madura idade, que será uma maturidade diferente, um estádio de conhecimento outro no qual o indivíduo se repensa para reincidir ou mudar. O que mudará na vida de antónio silva, com oitenta e quatro anos, no dia em que violentamente o seu mundo se transforma? valter hugo mãe nasceu em Saurimo, Angola, no ano de 1971. Licenciado em Direito, pós-graduado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea.. Publicou três romances: o apocalipse dos trabalhadores (2008), o remorso de Baltazar serapião, Prémio José Saramago (2006) e o nosso reino (2004). A sua obra poética está revista e reunida no volume folclore íntimo (2008).

Visite-nos - temos seguramente um livro que lhe apetecerá ler e poderá ainda usufruir da esplanada Patio@Bar, onde mantas e cogumelos a gás fazem com que, mesmo fora da zona coberta, se sinta confortável...

.. e pode relaxar ou usar o su portátil (rede wireless) enquanto as crianças se entretêm a ler ou a pintar...



24/01/10

Duarte Infante - livreiro, amigo, cidadão, Homem


Evocação aqui.









Estava ausente em missão cultural, quando soube a triste notícia: a 19 de Janeiro, Duarte Infante, o Cidadão Livreiro a quem Faro tanto deve e que, nestes dois últimos anos, me concedera o privilégio da sua estima, já não estava entre nós.
Graças à sua generosidade foi possível ter em exposição, no Pátio de Letras, durante alguns meses, 200 livros proibidos pelo Estado Novo, em edições originais, bem como diverso espólio pessoal do tempo da saudosa Livraria Silva, de quem foi a Alma.
A sua ausência nas tardes de fim de semana do Pátio vai ser uma permanente presença, lembrança perene da vivacidade intelectual e espírito de cidadania activa, que o caracterizou até ao fim.

Penalizada pela imp0ssibilidade de os teracompanhado pessoalmente na despedida, à sua família um sentido abraço e à sua mulher e companheira de toda uma vida, também o protesto da minha amizade e reconhecmento, que espero estar à altura de saber manifestar.

21/01/10

Este Domingo no Pátio, a não perder

O Direito, a Palavra e a Vida

à conversa com Francisco Teixeira da Mota (advogado, colunista de O Público e residente do painel do programa "A Torto e a Direito" da TVI24)

apresentação pelo Procurador-geral adjunto João da Silva Miguel

a conversa será feita a partir das temáticas dos seus dois mais recentes livros:

20/01/10

algumas novidades

Algumas das recentes publicações que chegaram ao Pátio - clicar nos títulos para ler sinopses:


Assim se Esvai a Vida, Urbano Tavares Rodrigues, Dom Quixote



Franco, Michael Streeter, Texto Editores

A Lucidez do Amor, Tânia Ganho, Porto Editora



O Mundo Alucinante, Reinaldo Arenas, Dom quixote


Efemérides Românticas, António Cartaxo, Caminho


Telhados de Vidro nº 13, Vários Autores, Averno

16/01/10

novo livro de Valter Hugo Mãe




O escritor que em 2007 recebeu o prémio José Saramago, vai ter um novo livro nas bancas ainda em Janeiro. Cama-se "A máquina de fazer espanhóis" e será publicado ainda na recentemente criada editora Objectiva (Grupo Santillana).

12/01/10

Domingo 17 Janeiro, 17h

VIAGEM ATRAVÉS DA LUZ e POESIA VISUAL

apresentação, pelo Prof. Doutor Vilhena Mesquita, do novo livro de José Vieira Calado (*), em simultâneo com inauguração de exposição de obras - “poesia visual” – do mesmo autor algarvio.
(clicar na imagem para aumentar)

(*) - aditamento: por cortesia do Prof. Doutor Vilhena Mesquita, pode ler aqui o texto que, não obstante não ter sido lido, serviu de base à apresentação.
 
José Vieira Calado nasceu em Lagos, em 1938. Estudou em Lagos, Portimão, Faro e Lisboa. Em 1961 publicou o seu primeiro livro de poesia e, no ano seguinte, “Os Sinais da Terra”, que viria a ser proibido pela censura. Esse episódio esteve na origem da sua partida primeiro para Londres e depois para Paris, onde frequentou a Universidade de Vincennes. A seguir ao 25 de Abril, tendo completado o curso, voltou a Portugal, para o ensino oficial e publicou “Poema para Hoje”.
Poesia, livros e outros trabalhos de Vieira Calado: http://www.vieiracalado-poesia.blogspot.com/

Sobre a exposição de poesia visual Vieira Calado (2005) eis o que escreveu Cristiano Cerol: http://cerol.net/arteburguer/cul/exp/exp09/exp-09calado.htm
Em Faro ficou especialmente conhecido pelo seu livro sobre os episódios ocorridos nos anos 50, em Faro, envolvendo o cão Merdock. Nas palavras do autor:
“Merdock era um cão singular e deu origem, em Faro, a uma extraordinária manifestação de solidariedade que culminou na sua libertação.”No livro relembram-se os factos e as personagens envolvidas. Capa do livro e mais informação: http://merdock-litoral.blogspot.com/

Padre Mário de Oliveira - apresentação da sua mais recente obra: "O Novo Livro do Apocalipse ou da Revelação" (sábado 16 Jan., 17h)



auto-biografia do Padre Mário de Oliveira
(fonte: blog da Editora Areias Vivas)


«Nasceu a 8 de Março de 1937, em Lourosa, Feira.
Foi ordenado padre/presbítero da Igreja do Porto, a 5 de Agosto de 1962. Desde então, até ficar, desde Março de 1973, por decisão pessoal unilateral do Bispo António Ferreira Gomes, na anómala situação canónica de padre sem ofício pastoral oficial, que é aquela em que ainda hoje se encontra, foi sucessivamente coadjutor da Paróquia das Antas, no Porto; professor de Religião e Moral nos Liceus Alexandre Herculano e D. Manuel II, também no Porto; capelão militar na Guiné-Bissau, de onde foi expulso, ao fim de quatro meses, por pregar o Evangelho da Paz aos que lá faziam a Guerra Colonial; pároco de Paredes de Viadores, Marco de Canaveses, onde, desassombradamente, levou a sério a sua missão de Evangelizar os pobres, o que lhe valeu a exoneração, ao fim de 14 meses, decidida pelo então Administrador Apostólico da Diocese, o Bispo Florentino de Andrade e Silva, esse mesmo que, ao ver-se, ele próprio, 15 dias depois, afastado do cargo, devido ao inesperado regresso do exílio de dez anos do Bispo do Porto, levou com ele, da Cúria diocesana, a prova do crime, concretamente, o decreto comprovativo da exoneração; pároco de Macieira da Lixa, concelho de Felgueiras, em cujo exercício foi duas vezes preso pela Pide em Caxias e outras tantas julgado no Tribunal Plenário do Porto.

Em Maio de 1974, já sem qualquer título pastoral oficial, ainda integrou, a pedido dos próprios, a Equipa de Padres da Zona Ribeirinha do Porto. E, sem deixar esse serviço presbiteral, tornou-se, em Janeiro de 1975, jornalista-delegado no Porto do vespertino República (carteira profissional n.º 492). Quando, um mês depois do 25 de Novembro de 1975, este vespertino acabou, por decisão do novo Poder Político emergente, foi sucessivamente redactor principal dos jornais Página Um, Aqui e Correio do Minho.

Ao completar 50 anos de idade e 25 anos de presbítero, decidiu passar a integrar a pequenina Comunidade Jesuânica de Base “Grão de Trigo” e, com ela, viver organicamente ligado ao povo marginalizado de S. Pedro da Cova. Fundou, aí, juntamente com outros cristãos e cristãs de base, a Associação Padre Maximino, da qual continua a ser presidente da Assembleia-Geral, e lançou o Jornal Fraternizar, de que é director e redactor principal, há 22 anos consecutivos. Desde Fevereiro de 2004, como quem faz jus ao nome, Padre Mário da Lixa, pelo qual continua a ser
mais conhecido, passou a viver sozinho numa casinha alugada, em Macieira da Lixa. Como autor, tem mais de 30 livros publicados, todos fecundamente polémicos.»
Alguns livros publicados: ver aqui

A sua mais recente obra - "O Novo Livro do Apocalipse ou da Revelação" , da Editora Areias Vivas - foi lançado a 17 de Outubro 09, em Macieira da Lixa, com apresentação pelo escritor LUANDINO VIEIRA.

No Pátio de Letras (sábado 16 Janeiro, 17h) a vida e obra do padre Mário serão apresentadas pélo próprio e por NORBERTO DE SOUSA.

10/01/10

o Pátio de Letras na DIGITALmaisTV


Diversas palestras, tertúlias, apresentação de livros, concertos e outras iniciativas culturais levadas a cabo pelo Pátio de Lretras e pelo Patio@Bar têm sido objecto de reportagem pela DIGITALmaisTV.

A última refere-se à audição da 5ª sinfonia de Tchaikowsky que (iria decorrer) decorreu no passado sábado dia 9 à tarde no Pátio de Letras.
João Miguel Cunha, que há cerca de 1 ano vem dinamizando, mensalmente, estas audições comentadas, deu uma entrevista a este órgão de comunicação social, em que fala deste projecto e, mais concretamente, desta sessão, e que pode ver/ouvir em:
http://www.digitalmaistv.pt - A Quinta das Artes - Semana 07 a 13 de Janeiro

Outras reportagens: procurar na agenda do nosso blog a data do evento e visualizar a rubrica semanal A Quinta das Artes (secção CULTURA) dessa semana ou da semana posterior. Pesquisando livremente pode também encontar alguns videos (exemplificando: sobre a apresentação do novo livro de Teresa Rita Lopes, a sessão dos "Som com Tom" etc. ).

Pátio de Letras - MELHOR LIVRARIA segundo a Revista Os Meus Livros

Na edição deste mês de Janeiro 2010 a Revista OML selecciona as 5 livrarias portuguesas que considera mais terem contribuído , em 2009, para a difusão do livro e da cultura... em síntese, cmo "Casas de Prazer".

Um obrigada à redacção/direcção da OML pela distinção que nos honra, tal como a "companhia" das outras 4 livrarias seleccionadas:) Mais palavras... só se for para dizer que a distinção constituiu um estímulo (bem.vindo!) para perseverarmos e melhorarmos o nosso projecto...


para aumentar clicar nas imagens



Na Agenda Cultural da OML é dado ainda destaque às sessões agendadas no Pátio de Letras para os Domingos 24 e 31 de Janeiro, às 16h30, respectivamente "O Direito a Palavra e a Vida" - à conversa com o advogado e articulista do Público FRANCISCO TEIXEIRA DA MOTA e "EVOCAÇÂO de MÁRIO de SÁ- CARNEIRO", co-org. do Pátio e da Ed. Alma Azul, que terá como apresentadora ELSA LIGEIRO.





AMO AGORA, de Casimiro de Brito e Marina Cedro


a nóvel edição da editora algarvia 4Águas, já disponível no Pátio de Letras
(PVP 7,50 €)

05/01/10

Projecto Esfinge


No próximo dia 13 de Janeiro, o Grande Auditório da Universidade do Algarve vai receber o concerto de apresentação do projecto Esfinge e do seu primeiro trabalho, intitulado “Mitológico".

Os Esfinge são um projecto musical que nasceu na Escola Superior de Educação e Comunicação da UAlg, cujo propósito maior é “criar algo diferente e pessoal”.

Baseando-se na mitologia grega, os Esfinge remetem-nos para as relações entre deuses, titãs, heróis e humanos. Convidam-nos a “reflectir sobre os valores dos mitos, transportando-os para a actualidade, reforçando assim a intemporalidade das reacções humanas”.

Com início marcado para as 21h30, os Esfinge prometem “uma noite acima de tudo diferente”, que será enriquecida com participações de individualidades que sempre apoiaram o projecto.

Os bilhetes para o espectáculo estão à venda no Pátio de Letras/Pátio Bar, na Papelaria Sagres, no Campus da Penha, e no Grande Auditório do Campus de Gambelas três dias antes do concerto.

04/01/10

Camus, 50 anos da morte


Faz hoje 50 da morte precoce de Albert Camus (n. 1913), num acidente de viação, ao lado de um seu amigo. Autor de "O Estrangeiro", "O Mito de Sísifo" e de "A Peste", galardoado com o Nobel em 1957, Camus foi um escritor e pensador de referência na sua época, a par de Sartre. O que escreveu e disse mantem-se hoje actualizado, ultrapassando a catalogação de "existencialista", a qual depressa recusou em vida.


02/01/10

Nuno Júdice, as encruzilhadas dos passos da cruz

 
«...a verdadeira história está nos romances, porque aí é onde o homem projecta a sua realidade, entre o que viveu e o que sonhou, sem qualquer preocupação de construir uma cena dominada pela verosimilhança...»
Nuno Júdice, Os passos da cruz (2009)
Entre 1681 e 1703, Antónia Margarida de Castelo Branco (1652-1717) deu forma escrita a uma das mais polémicas autobiografias que os anais portugueses registam. A autora encontrava-se então no Convento da Madre de Deus de Xabregas, em Lisboa, onde havia professado em 1680 com o nome de Soror Clara do Santíssimo Sacramento. Até aqui nada de especial, se não se desse o caso de a Fiel e Verdadeira Relação que dá dos sucessos de sua vida a criatura mais ingrata a seu Criador por obediência de seus Padres espirituais desvendar as razões que a haviam levado a submeter-se a um penoso processo de divórcio (1679) que a libertaria do calvário de um casamento desventurado de oito anos com Brás Teles de Meneses e Faro.

É verdade que o primeiro barroco português já tinha assistido a um outro processo de anulação de matrimónio católico (1668) ainda mais escandaloso, visto envolver os mais altos dignitários do reino. Nem mais nem menos do que as cabeças coroadas de D. Afonso VI e D. Maria Isabel Francisca de Sabóia, os soberanos da recentemente instaurada Dinastia de Bragança. A impotência do rei para consumar os seus deveres conjugais e a incompetência desse mesmo rei para gerir os negócios do estado terão sido mais do que suficientes para acelerar a resolução do problema. As incapacidades do infeliz monarca são eficazmente superadas, quando o irmão, D. Pedro II, lhe sucede no trono e o substitui no leito, casando-se com a ex-cunhada.

Volvidos mais de trezentos anos, Nuno Júdice percorreu o relato da religiosa seiscentista e transformou a quase novela cortesã da sua existência numa novela completa quase exemplar, que intitulou Os passos da cruz (2009). Para tal, vistoriou com a máxima atenção os velhos arquivos nacionais (os reais e os inventados) à cata de documentos coevos comprovativos dos factos, calcorreou os lugares onde o drama foi sendo representado, imaginou histórias paralelas e teceu as linhas mestras dum romance quase histórico, em que as personagens convocadas se encontram nas encruzilhadas do espaço e do tempo, aquelas em que as sombras e os fantasmas do passado se confundem com as imagens e os rostos do presente.

O confronto entre a restauração da autonomia (1640-1668) e a recuperação da democracia (1974-1975) é constante. A acareação dessas duas revoluções encontra-se representada na novela/romance (conto alargado) por duas mulheres visceralmente determinadas: Antónia e Rosa. Uma a recorrer aos braços protectores da igreja, a outra a acudir aos combates políticos do partido. Em ambos os casos, a confiarem nos segredos das duas poderosas instituições, a representante de deus e a representante do povo. As duas lutadoras a confundirem-se uma com a outra, num completo desdobramento de personalidades, em que deixamos de percepcionar com clareza quando se trata de uma ou de outra. De quando se sai do domínio da história e se entra nos meandros da ficção, de quando se passa a fronteira que leva o sonho/pesadelo à realidade/ilusão. Pouco importa. Tudo se resume a um conjunto de variações barrocas sobre um tema único. Em termos simbólicos, «os passos da cruz» que todos nós teremos de dar ao longo desta nossa peregrinação pela vida, à procura de uma verdade que só logramos encontrar nas páginas fingidas dos textos literários, resultantes das pistas lançadas pelos autores e das soluções encontradas pelos leitores, todas elas diferentes (como é óbvio) entre si.

A relação seiscentista e o romance actual aí estão a propor as suas verdades. Sejam elas quais forem. Nenhum deles foi ou é um sucesso editorial de vendas, apesar do escabroso das histórias reveladas e os expedientes efabulativos seguidos. Lêem-se, todavia, com muito prazer. A proposta de Antónia Margarida, por se tratar de um testemunho pessoal lavrado no feminino nos alvores da modernidade; a de Nuno Júdice, por ter trazido aos nossos dias pós-modernos o depoimento tão sentido de soror Clara do Santíssimo Sacramento. A parceria dos dois não podia ter resultado mais frutuosa.