ABRIMOS NOS DOMINGOS 15 e 22 DEZ.

Aberto de 2ª a Sábado
das 10h às 14h e das 15h30 às 19h30
abrimos à noite para as sessões agendadas

AGENDA

31/05/10

é já amanhã, às 21h30:O Ensino Artístico e a Academia no Séc. XXI - mesa redonda

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Luiz Carvalho em workshop de fotografia no Pátio de Letras - 3 e 4 de Julho (Sáb. e Dom.)

Luiz Carvalho, 55 anos, nasceu em Lisboa.

Fotojornalista do Expresso e professor de fotografia. Formador reconhecido pelo IEFP

Director do Curso de Fotojornalismo (Lightshot, LxFactory, Lisboa) e dos Workshops de Luiz carvalho.

Foi professor de fotojornalismona Universidade Autónoma durante 10 anos. Tem dado cursos para o Observatório de Imprensa. Faz conferências sobre fotografia e jornalismo multimédia.

.Expôs no Museu de Arte Moderna de Paris, foi Prémio Gazeta e Visão, entre outros.

Publicou “Portugueses” e “ Lisboa e Lisboetas”

para aceder à informação sobre o workshop (PORTFOLIO e BIO de L.C, OBJECTIVOS e PROGRAMA do workshop, INSCRIÇÔES E PREÇOS) clicar na imagem ou ir  a web.me.com


Página de Luiz Carvalho: aqui

Festival de Guitarra Portuguesa - Faro, 10 a 13 de Junho


para ver a PROGRAMAÇÃO e mais informação clicar aqui

23/05/10

Vergílio Ferreira INÉDITO

Os fins melo-dramáticos estragam as narrativas romanescas. Talvez A Curva de uma Vida mercesse ter outro fecho, mas o autor era jovem e nunca reviu a obra para publicação em vida.

O original faz parte do espólio que a viúva de Vergílio Ferreira entregou na Biblioteca Nacional. A Quetzal editou-o, numa edição que contém um aturado estudo filológico de comparação do primtivo texto com as suas revisitações. Vim a lê-lo extasiado. Pressente-se ali uma poderosa capacidade de escrever. O criado João «tinha sorrisos largos mas o coração era manso como o dum boi» e «corava quando me presenteava com bons pêssegos moles e sumarentos, que ele tratava com um amor silvestre. Tudo nele era inculto: as unhas, o cabelo e a bondade».

Veja-se a força arrebatadora e expressiva das frases «amor silvestre», «coração manso como o dum boi». Mas note-se o contraponto entre conceitos oriundos de conjuntos tão diversos como «sorrisos largos» e «coração manso». E sobretudo atente-se num instante de suspensão da leitura em favor do pensamento para mastigar e saborear a ideia tão rica de ressonâncias significativas como a incultura das unhas, a do cabelo e a da bondade...

O que há no livro e não mais deixaria de haver em toda a obra do autor da tão banalizada Aparição é aquela irrupção ventral e jorrante da vida e do homem, as necessidades e contigências insensíveis daquela os desejos e medos sensíveis deste.

Surpreendendo a mãe na cama com o seu próprio cunhado, Amadeu, «o olho furioso, na ânsia de se fartar de verdade» conta: «não via minha mãe, via uma mulher e admirei-lhe os contornos mal cobertos. Pelos meus nervos andaram gozo infernais». O leitor arrepia-se incestuosamente ali, impúdico e inconveniente.
 
texto de José António Barreiros escrito aqui.

21/05/10

6ª f 21 de Maio, às 21h30 - Artes e Comunicação

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CIAC apresenta Ciclo Artes e Comunicação

No dia 21 de Maio às 21h30, no Pátio de Letras, o Ciac (Centro de Investigação em Artes e comunicação) da Universidade do Algarve organiza o primeiro evento do Ciclo Artes e Comunicação, que consta de sessões de lançamento dos livros publicados pelo Centro.

Nesta primeira edição, o Ciclo Artes e Comunicação conta com o lançamento dos livros Nas margens. Ensaios sobre teatro, cinema e meios digitais organizado pela Profa. Gabriela Borges e A máquina encravada. A questão do tempo nas relações entre cinema, banda desenhada e contemporaneidade, do Prof. Bruno Mendes da Silva.

A antologia Nas margens. Ensaios sobre teatro, cinema e meios digitais, com org. de Gabriela Borges,  é o primeiro livro da colecção Artes e Media criada a partir de um protocolo entre a Editora Gradiva e o Ciac. Os textos que compõem a antologia abordam processos da criação artística e tecnológica, tanto autorais quanto interactivos, nas suas relações com o ensino, a prática, a teoria e a crítica. Explicitando com isso os limites intersticiais entre diferentes formas de expressão e ressaltando as suas margens, que não estão apenas nas bordas, mas também no interior das próprias manifestações artísticas e comunicacionais.

A apresentação do livro será realizada pelo ensaísta, professor e programador cultural da Fundação Calouste Gulbenkian, António Pinto Ribeiro.

O livro A Máquina Encravada. A questão do tempo nas relações entre cinema, banda desenhada e contemporaneidade foi publicado pela Editorial Novembro e trata de uma versão mais reduzida da tese de doutoramento em Literatura e Cinema apresentada pelo autor, Bruno Mendes da Silva,  na Universidade do Algarve. Através de pistas encontradas em meios tão distintos como Cinema, Banda Desenhada, Videojogos e Metaversos, A Máquina Encravada prossegue uma noção de temporalidade pós-moderna. Tendo como ponto de partida Taxandria (cidade que parou no tempo) esta procura transdisciplinar visita os conceitos de neo-nomadismo, retenção espacial, simulacro e hiper-realidade.

O livro será apresentado pela coordenadora do Ciac, Profa. Mirian Tavares, que também foi a orientadora da tese.

Mais uma iniciativa do Ciac a não perder!!

Em Contra Teatro

I ENCONTRO DE TEATRO DA ASSOCIAÇÃO RECREATIVA E CULTURAL DE MÚSICOS

Nos dias 22 e 23 de Maio, a sede da Associação Recreativa e Cultural de Músicos (ARCM) é palco de um Encontro de Teatro que junta o teatro profissional, o teatro universitário e o teatro amador e escolar.

Grupos de Teatro Participantes (100 lugares por espectáculo)

· Companhia do Chapitô – Teatro Profissional (Lisboa)

· GTL – Grupo de Teatro de Letras – Teatro Universitário (Lisboa)

· te-Atrito – Teatro Profissional (Faro)

· TV – Teatro Vilão – Teatro Amador Juvenil (Faro)

Programa

Sábado:

14h00 – Abertura – Feira do Livro de Teatro e outros stands

14h30 – Histórias para Crianças Mal Comportadas (te-Atrito)

15h30 – debate e lanche-convívio

22h00 – Drakula (Chapitô)

24h00 – Faz de Conto – Contos Eróticos Medievais (te-Atrito)

01H00 – debate e convívio

Domingo:

14h00 – Abertura – Feira do Livro de Teatro e outros stands

14h30 – O Roubo das Bacantes – TV – Teatro Vilão

15h30 – debate e lanche-convívio

22h00 – Terrores Caseiros (GTL)

24h00 – debate e encerramento

Este I Encontro de Teatro da ARCM é também o primeiro do género na cidade de Faro e pretende oferecer ao público um programa de qualidade que se insira naquilo a que podemos chamar Teatro Contemporâneo.

De Lisboa, a consagrada Companhia do Chapitô traz a Faro o espectáculo “Drakula” no dia 22 de Maio pelas 22 horas, numa sessão que promete ser muito concorrida, considerando a qualidade e popularidade daquela Companhia de Teatro. Também vindos de Lisboa, o GTL – Grupo de Teatro de Letras, várias vezes premiados no FATAL, trazem no Domingo a peça de teatro “Terrores Caseiros”, pelas 22 horas.

As honras da casa são feitas pelo te-Atrito, que apresentará no sábado à tarde “Histórias para Crianças Mal Comportadas” e à meia-noite “Faz de Conto – Contos Eróticos Medievais”, e pelo TV Teatro Vilão, grupo de teatro juvenil do IPJ-Faro, que apresentará no domingo à tarde “O Roubo das Bacantes”, a partir de Eurípedes.

“Em contra Teatro” será um verdadeiro encontro entre os grupos de teatro e o público e por isso contará com debates após os espectáculos, uma feira do livro de teatro, pequenas bancas de máscaras e outros artefactos, cos-play, para além de lanches-convívio para a programação diurna e de serviço de bar para a programação nocturna. As apresentações da tarde terão entrada livre e pretendem atrair os mais novos, e à noite o bilhete custa apenas 2 euros, só possível graças ao cariz inteiramente voluntário deste Encontro e à generosidade dos grupos participantes.

Desta forma, a Associação RC Músicos continua a contribuir para o panorama artístico e cultural de Faro, com uma iniciativa que se espera vir a repetir-se ano após ano.

Participa, passa a palavra, reencaminha...
 
Saudações Associativas

ARCM

"VALE Boas Leituras"

para quem não arrisca escolher livros para oferecer... uma solução divertida - o "VALE Boas Leituras" do Pátio de Letras :)

20/05/10

Faro - Retratos "à la minuta", de Lina Vedes

Mais "Pedaços d'ontem na cidade de Faro", por Lina Vedes (que, já agora fica o lembtrete, animará a tarde infantil de Domingo 30 de Maio no Pátio, com Histórias Tradicionais Portuguesas)




Não pode vir a Faro comprar? Envie-nos o pedido por email, com o nome, a morada e o nº de contribuinte. Os portes do correio ficam por nossa conta (para o continente).

14/05/10

O Pátio de Letras na Revista "Os Meus Livros", ed. de Maio

para ler clicar na imagem e, quando abrir, voltar a clicar

NÂO SE BRINCA COM FACAS, de José António Barreiros - recensão no Orgia Literária


O homem é «um equilíbrio difícil em dois pés precários», escreveu Vergílio Ferreira, ele que soube como ninguém retratar a tensão insuperável do homem consigo mesmo. Neste trilho ôntico, chega-nos o não se brinca com facas, recente título de José António Barreiros, com a palavra a erigir a vida ao abordar a fragilidade da existência, a solidão, a incompreensão e a interrogação da identidade a acordar a consciência do fracasso.

(...) não se brinca com facas, narrativa que transporta em si a revolta de personagens sem lugar, que a palavra escrita acoita.

ler toda a recensão, da autoria de Teresa Sá Couto, aqui.

10/05/10

Algumas novidades no Pátio

Ficção

Zona, Mathias Énard, Dom Quixote

Wolf Hall, de Hilary Mantel, Ed. Civilização

Viajante do Século, de Andrés Neuman, Alfaguara

Submundo, de Don DeLillo, Sextante Editora
O Museu da Inocência, de Orhan Pamuk, Ed. Presença


Não-Ficção

A Oleira Ciumenta, de Claude Lévi-Strauss, Edições 70
ISLÃO: PASSADO, PRESENTE E FUTURO, de Hans Küng, Edições 70
História dos Papas, de Juan María Laboa Gallego, A Esfera dos Livros
História do Ateísmo em Portugal, de Luís F. Rodrigues, Guerra & Paz
Um Mundo sem Deus. Ensaios sobre o Ateísmo, de Michael Martin, Edições 70

07/05/10

Roberto Bolaño, 2666 e o número da besta apocalíptica


«Pero ella se preguntaba (y de paso les preguntaba a ellos) hasta qué punto alguien puede conocer la obra de outro.»
Roberto Bolaño, 2666 (2004)
O mundo não acabou em 666, nem em 1666 e ninguém pode afirmar, no seu perfeito juízo, que terminará em 2666. Em nenhuma das 1100 páginas do 2666 (2004), que Roberto Bolaño nos deixou para publicação póstuma, se refere essa cifra mágica. Salvo no título da obra que dá unidade a este romance de novelas, nalguns casos meros contos ou arremedo fragmentário. As interpretações que o editor dos manuscritos dispersos do texto nos fornece são engenhosas, mas nunca passarão de meras conjecturas à espera de uma confirmação mais consistente. A leitura atenta das dezenas de histórias que compõem este labirinto de palavras remete-nos sempre para o tal número da besta. O apocalíptico. O abismo a atrair-nos fatalmente para o precipício.

Das cinco novelas independentes imaginadas pelo autor, resultou um volume único repartido por cinco partes autónomas orquestrado pelos herdeiros. Lido o livro, ficamos com a sensação de ter sido uma medida acertada. A ordem escolhida nem parece arbitrária. Tudo começa e acaba em Beno von Arcimboldi. O escritor misterioso procurado em vão por quatro professores e críticos de literatura alemã, o inventor de histórias alheias a revelar-nos, no final do relato, a história verdadeira da sua própria existência. A ficção disfarçada de factual. Os alicerces programáticos do infrarrealismo poético transferidos para as sinuosidades específicas da prosa. Pelo meio, fica-nos ainda um punhado considerável de episódios centrados na figura do filósofo chileno e refugiado político Amalfitano e na do jornalista afro-americano e activista político Fate. As nótulas descritivas das 110 mulheres assassinadas em série completam a trama. A cidade de Santa Teresa, situada na fronteira do México com os Estados Unidos, a convocar todos os intervenientes dos eventos narrados para um espaço cénico único, para um local de encontro/desencontro do homem com o seu próprio destino, para um palco do mundo em que todos nós somos, simultaneamente, os espectadores e actores de um mesmo drama de vida e morte.

O lançamento do romance conheceu um sucesso imediato mas meteórico nos meios cultos circundantes deste nosso cantinho atlântico. No curto período de tempo que atravessou as altas esferas siderais, iluminou tudo em seu redor. Depois extinguiu-se completamente sem deixar rastro atrás de si. As causas deste fenómeno não estão apuradas mas são fáceis de deduzir. A fama de obra-prima que os mass media lhe conferiu precedeu a sua publicação efectiva entre nós. Se a revista Time já afirmara tratar-se do «acontecimento literário da década», lá teria as suas razões bem fundadas em propagar essa nova por toda a parte, qual bênção papal urbi et orbi no início de cada ano. Confrontado com a monumentalidade da fábula, o vulgo assustou-se. Leu as primeiras páginas, saltou outras e evitou as restantes. A falta de tempo, entretanto aduzida, continua a ser um argumento de peso. Categórico, eficaz, tranquilizador.

Pessoalmente, li o 2666 de fio a pavio, sem hesitações e com muito prazer. Sobretudo porque não admite sínteses nem continuações. Por vezes fui obrigado a interromper a leitura, mas nunca procurei desculpas esfarrapadas para deixar de o fazer. Trata-se de um texto fascinante que só peca por ter um fim anunciado. Sinal de que a opinião abalizada de alguns críticos ainda pode merecer o nosso crédito. O universo académico das conferências, congressos e simpósios alterna com o universo policial dos homicídios, violações e estrangulamentos. O mundo dos enigmas, segredos e mistérios atravessa toda a tessitura discursiva a um ritmo alucinante. O terror, erótico e onírico a concorrer com o anedótico, grotesco e repulsivo. Tudo isto protagonizado por dezenas de figurantes representantes de todos os estratos e camadas sociais, dispersas pelo velho e novo continentes. As figuras politicamente correctas não abundam, são todas elas banalíssimas nas suas estranhezas. Tal como nós, personagens da vida real. Este talvez seja o grande segredo que Roberto Bolaño conseguiu imprimir à sua obra magna. Essa a razão do magnetismo poético das palavras que empresta ao discurso e oferece aos leitores. Todos nós nos vemos retratados nesse entrecruzar ecléctico de experiências imperfeitas. Sem uma solução de vida expectável que não seja a própria morte. Inexoravelmente certeira nos seus desígnios.

Mais REVISTAS no Pátio de Letras

AFRICANA STUDIA (ED. CENTRO DE ESTUDOS AFRICANOS da FAC. de LETRAS da UNIV. DO PORTO)
ARQUITECTURA IBERICA (ED. CALEIDOSCÓPIO)
CINE QUA NON (ED. FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE LISBOA)
CONFIGURAÇÕES (ED: HUMUS)
EXIT (ED. EXIT)
FACES DE EVA (ED. COLIBRI)
INTERVALO (ED: VENDAVAL)
PSICOLOGIA (ED. COLIBRI)
TRANSFORM  (ED. TRANSFORM!)

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OUTRAS: ver na barra lateral do blog

05/05/10

6º f dia 7, às 22h, no Pátio

6ª f 7, 22h
OUT OF KEY - BOSSA NOVA In Concert

«Out Of Key » é um Projecto musical que desenvolve o seu reportório em temas de BossaNova ou Jazz Brasilerio e MPB; é composto por Sónia Fernandes na Voz e Shaka no Violão.