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a História como lembrança
a Cultura como companhiaA eterna juventude de um clássico
A editora “tinta da China” acaba de publicar a contra-corrente dos “best-sellers” indígenas que nos impingem, o extraordinário “Os cadernos de Pickuick” tradução um tanto ou quanto livre dos “Postumous Papers of the Pickuick club” um dos mais célebres títulos de Dickens (e dos que lhe rendeu mais dinheiro...).
Propor aos leitores este livros é a tarefa mais fácil e mais simpática que esta semana me cabe levar a cabo. Acreditem que este livro merece estar ao lado dos grandes, dos verdadeiros, dos “a sério”, sejam eles o Quixote, a Cartuxa de Parma, ou o À procura do tempo perdido.
De vez em quando faz bem ler um livro desopilante, um manancial da melhor picaresca inglesa, uma descrição do que me atrevo a chamar uma viagem iniciática. E iniciática a tudo: á vida, ao humor, a Dickens, e a nossa comum e mortal condição humana.
Eu tenho deste livro uma recordação nebulosa. Não admira: li-o há cerca de quarenta anos na velha edição da Romano Torres (sd) com o título aliciante de “As aventuras extraordinárias do sr. Pickuick”.
Ao ver esta nova edição, fui buscar o meu velho exemplar à estante e resolvi dar a mim próprio um presente para celebrar o “indian summer” já que reservo o S Martinho para as castanhas e o vinho novo. E portanto vou ler o livro convosco se é que vos posso convencer a embarcar com Pickuick, o estudioso da vida dos girinos numa lagoa cerca de Hampstead, os seus extravagantes companheiros do clube Pickuick, numa Inglaterra cheia de surpresas e aventuras com raptos, noivas, duelos, encontros imediatos do primeiro grau com toda a classe de pícaros e charlatães a que não falta uma espécie de Sancho Pança, ou de Passepartout (cito Verne, se me permitem).
Leiam este livro, comprem-no já, e terão sido mais, muito mais, do que escuteiros: é um grande livro, é uma pedrada no charco da edição tristonha que temos, é um verdadeiro e eterno clássico, está bem escrito e vão-se divertir como cabindas.
Ah, esquecia-me, ao comprá-lo, provam que é possível apoiar uma editora pequena interessada na cultura e não em mercadoria vagamente literária. Que grande programa!
«All errata is a falsehood final.»George Steiner, Proofs And Three Parables (1992)
E se passássemos às coisas sérias?
Os leitores desculparão. Sei que em Faro, as eleições foram braviamente disputadas, que S. Macário deu à costa sem naufrágio nem males de maior e que tudo isso é excitante.
Todavia, para lá desses momentos de frisson eleitoral, dessa brevíssima pausa eleitoral, fica o resto. E o resto somos nós, a nossa circunstância, algo mais duradouro que ultrapassa em muito a vida da polis. E por aí começamos.
Na polis, na verdadeira, na grega, o teatro era muito mais do que um espectáculo. Era algo de sagrado. Algo que remetia para os mitos fundadores da cidade, para a eminente dignidade dos homens que se viram obrigados a criar a ética para responder ás acções imprevisíveis e desconcertantes de deuses que inventaram (e abusaram) todos os vícios.
O teatro, a alma da poesia, manteve intacto o seu esplendor, ao longo dos séculos. Riu-se dos poderosos em Roma, derrotou preconceitos pela voz do advogado Pathelin, exaltou as virtudes populares com Gil Vicente, o heroísmo anónimo de Fuenteovejuna, e por aí fora.
No recanto, por mais recôndito que seja, em que humanos se juntem, à débil luz de duas pobres brasas, o teatro acontece pela voz de um ancião, de um griot, de um comediante. Não admira: nós acreditamos nas histórias e no enorme poder que elas têm. Moldaram as nossas infâncias, fizeram-nos esquecer maus momentos e, quando acontecem num estrado á nossa frente, o milagre da palavra viva, toca-nos a todos e cada um numa absurda mas calorosa comunhão com o actor, com o poeta e com a multidão á nossa volta na noite matricial e cúmplice.
Em Portugal há uma editora, uma editora corajosa, impar, com um catálogo exemplar, que dedica ao teatro muito, quase tudo do que nesse domínio se publica entre nós. Hoje falaremos apenas de um desses milagres. Do milagre norueguês: Henrik Ibsen. Um autor do século XIX que morre nos alvores do século XX. Um autor cuja radical modernidade se mantém intacta, pese embora o forte pendor simbolista de muitas das suas obras. Ibsen, exilado voluntário, conseguiu causar escândalo na estreia de praticamente todas as suas peças. A coragem, a depurada poesia, a audácia, a denúncia do provincianismo dos valores vitorianos ( estamos no século XIX!!!) foram constantes da sua vida.
Seria bom poder ver as suas obras todas em palco. Até lá, há na “cotovia” (passarinho melodioso e simpática) três belos volumes de “peças escolhidas”. Vale a pena. Vale mesmo a pena. E parece que a editora pondera vender os três volumes num pacote económico. Se assim for, nem hesitem. E se não for, paciência: o prazer também tem um preço.Esta 6ª feira, dia 16 de Outubro, pelas 21h30, temos o prazer de receber no Pátio de Letras a apresentação do livro de Miguel Godinho Os nossos dias seguido de Os lugares Antigos.
O livro de poesia, o primeiro de Miguel Godinho, editado pela 4águas, será apresentado por João Bentes, também ele poeta e o evento de apresentação contará com uma performance de Rui Cabrita (actor) sobre os poemas do livro e com projecção multimédia de Daniel Almeida.
Estão todos convidados para este evento com alguns dos mais promissores criadores da cidade. Será, com certeza, a não perder.
Como Proust Pode Mudar a Sua Vida é um livro prático destinado a ajudar as pessoas a serem mais felizes: como amar a vida hoje? Como exprimir as emoções? como ser um bom amigo? são alguns dos temas tratados no livro. Botton parte do livro de Proust Em Busca do Tempo Perdido para falar sobre estes temas.
"Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra No Mar?",
de António Lobo Antunes, Ed. Dom Quixote"A Cabana", de Wm. Paul Young, Ed. Porto Editora
"O Solista", de Steve Lopez, Ed. Estrela Polar
"A Sombra do Que Fomos", de Luís Sepúlveda,
Ed. Porto Editora
"Os Ensinamentos de Confúcio", de Yu Dan, Ed. Presença
"O Mundo é Curvo", de David M. Smick, Ed. Presença
Carlos Ruiz Zafón, Marina (1999)«Marina me dijo una vez que sólo recordamos lo que nunca sucedió.»