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AGENDA

22/02/10

ler e respirar 15


O Dia D (e depois)

Anthony Beevor criou uma sólida reputação de historiador militar mesmo se este “militar” mereça aspas, aliás de simpatia. Beevor não faz relatórios (estimáveis, decerto) de campanhas mas descreve-as com talento, rigor num estilo desenfastiado. Não esquece a vertente politica do que historia e, sobretudo, não esquece a humana.

Já o conhecia de duas anteriores obras altamente recomendáveis (“Paris após a libertação” e “A queda de Berlim”) que tinham sobre outras, mais antigas e sobre o mesmo assunto, a inestimável virtude de se apoiarem numa vastíssima documentação só recentemente disponibilizada pelos grandes arquivos políticos e militares dos principais contendores.

Este Dia D abrange fundamentalmente toda a campanha da Normandia, a libertação de Paris, a campanha da Bretanha e os primeiros e malogrados ataques aliados pelo Norte (Holanda). Trata-se de um exercício arriscado mas profícuo pois, de uma vez por todas, destrói alguns mitos e algumas ideias comuns: o primeiro – e importante – tem a ver com a ideia de que o dia do desembarque foi o mais sangrento (Omaha a sangrenta). Não foi, obviamente mesmo se as sólidas defesas ideadas por Rommel tenham sido eficazes. Tivessem as “divisões Panzer” de reserva avançado imediatamente para o litoral, tivesse a Luftwafe podido fazer o que devia decerto que o desembarque teria corrido bem pior.

Por outro lado, Beevor (inglês, note-se...) põe em causa muitas das opções de Montgomery, faz luz sobre alguns dos seus mais trágicos erros e historia com desenvoltura e conhecimento as divisões e rivalidades 2dentro” do próprio alto comando inglês.

Em terceiro lugar, historia com minúcia a campanha no “bocage” normando, as suas terríveis dificuldades, as gigantesca baixas aí verificadas que não ficam a dever (salvaguardadas as proporções) ao esforço russo na frente oriental e, posteriormente no avanço soviético sobre o Vístula, a Prússia Oriental e finalmente Berlim).

Depois, em quarto lugar, demonstra com brutal franqueza as debilidades do exército americano que, de facto, se foi criando ali, no terreno. De como tropas frescas mas inexperientes aprendem pelo método mais duro a agir como um exército. Reavalia, com justiça, o papel primordial de Patton quando finalmente consegue um comando.

Finalmente, rende justiça às tropas francesas de Leclerc e à sua guarda avançada que entra em Paris. Já não era sem tempo assinalar o papel dos milhares de soldados espanhóis republicanos alistados no norte de África. Sintomaticamente é uma famosa companhia “la nueve” autotransportada em tanques ligeiros que entra em Paris, pela porta de Orleans. Os carros, todos sem excepção, ostentam nomes de batalhas e cidades espanholas. O seu a seu dono.

À “Resistência” francesa dá igualmente lugar se bem que em menor escala do que o clássico de Cornelius Ryan. Ou seja, a Resistência cumpriu galhardamente o seu papel de sabotagem, de informação, de comunicação, mas isso não pode fazer esquecer alguns dramáticos erros (Vercors, por exemplo) onde homens corajosos mas mal armados tentam dar combate campal às tropas alemãs: o resultado foi uma chacina e os seus inspiradores deveriam ter sido julgados por isso.

Boa leitura, em suma. Mas adverte-se que é um calhamaço.

(anthony Beevor, "O Dia D - a batalha da Normandia", Bertrand, 2009

* na gravura: um dos carros da "Nueve" o "Guadalajara com a sua tripulação espanhola, em Paris.

1 comentário:

Marília Gonçalves disse...

REBRA
REDE DE ESCRITORAS BRASILEIRAS

à opinião da comunidade internacional

as iranianas vão remover o véu como um manifesto de seu direito à liberdade e à dignidade.
Olá meninas e meninos,
Olá povo da paz,
Olá gente do bem,
Algumas vezes temos o privilégio de presenciar um grande e portentoso
movimento que muda a história. Dia 08 de março, Dia Internacional da
Mulher, as iranianas vão remover o véu como um manifesto de seu
direito à liberdade e à dignidade.
Este é um ato certamente heróico e a única protecção que lhes caberá é
a opinião da comunidade internacional no apoio ao seu direito, para
que elas não sejam vítimas de retaliação por seu gesto. O movimento é
pacífico e tem como finalidade despertar o mundo para o cuidado com
todas as mulheres que ainda vivem sob o jugo da opressão.
Mais do que testumunhas, podemos ser agentes dessa transformação.
Basta enviar sua mensagem para iranianalivre@gmail.com para que elas
sintam a força, o apoio e o sustento espiritual necessário para
realizar esse ato que vai beneficiar a toda uma dinastia de mulheres,
assim como outras já o fizeram por nós no passado.
É tempo de levantarmos os véus da ignorância, da opressão e da
violência que recaem sobre a sociedade humana, pois só assim seremos
capazes de habitar o mundo pacífico, justo e próspero que almejamos.
Reforço o pedido com o tema que me inspirou na gestão da BPW -
Associação de Mulheres de Negócios - durante minha presidência:
Sozinhas podemos pouco.
Juntas podemos muito.
Mas, unidas podemos tudo!
Contamos com sua mensagem para disseminar nas redes internacionais.
Dulce Magalhães
"Que eu aprenda a amar e me permita ser amada,
para que possa ver em cada ser um companheiro de vida
e encontrar em meu companheiro um portal para amar a todos os seres."