Luís Pacheco ou Rui Ramos?
Os dois!
Na Biblioteca Nacional inaugurou-se uma exposição (uma bela exposição!) sobre Luís Pacheco. É seu comissário Luís Gomes, um homem das arábias, um livreiro alfarrabista de mão cheia e um coleccionador. E um homem de cultura. Pacheco sai engrandecido desta excelente exposição que, por ironia, se realiza num dos locais que ele provavelmente zurziria mesmo que, como se sabe, Pacheco nem sempre encontrava o alvo justo. Todavia, ninguém pode negar que se tratou de um escritor interessantíssimo, de um editor fora do vulgar, de um agitador cultural ímpar, sobretudo se nos lembrarmos quando, onde e como começou.
Paralelamente, sempre sob os cuidados de Luís Gomes, a D. Quixote lançou em co-edição com a Biblioteca Nacional um sumptuoso catálogo onde está tudo ou quase. Trezentas e oitenta páginas ilustradíssimas, um regalo! Luís Gomes não se poupou a esforços, reuniu uma impressionante quantidade de livros, manuscritos, postais sei lá o quê.
Leitores, este catálogo é uma prenda de Natal fora de série e já está à venda. Apressem-se e aproveitem. Algum parente, com falta de imaginação pode ser estimulado a abrir os cordões à bolsa, que diabo.
Outro parente tão generoso como o primeiro pode aparecer com a “História de Portugal” debaixo do braço. É um tijolo, convenhamos, mas Rui Ramos, um dos autores e seu coordenador conseguiu o impossível: fornecer um handbook da história pátria rigoroso, inteligente, bem informado, sucinto quanto baste, enfim, um digno sucessor da velha experiência de Oliveira Marques que tanto marcou a minha geração. E lê-se bem, desenfadadamente, mesmo se o peso do livrinho seja apreciável. Sempre são cerca de mil páginas!
Com Rui Ramos são co-autores Bernardo Vasconcelos e Sousa e Nuno Gonçalo Monteiro. Malta nova, com genica, ainda bem. A edição é da Esfera dos Livros.
Bom Natal! Boas leituras!
2 comentários:
Zurzir, zurziria com certeza. Estava-lhe no sangue. Mas depois, lá bem no fundo, até se sentiria um pouco confortado. Quem sabe? É que «1 homem dividido vale por 2». A revisitação de Pacheco em tempo natalício parece-me uma óptima ideia.
nem duvide caro leitor!
Enviar um comentário