«Ana Martins é do tempo em que não existia Facebook e ainda se guardava o diário dentro da gaveta da mesa de cabeceira. E foi nesse diário que, a partir dos 14 anos, encontrou o seu melhor amigo, e o ombro do desabafo, que precisou para a injustiça que lhe caiu sobre a cabeça. Na sua adolescência viu-se a braços com um cancro e a partir daí tudo foi sendo registado em folhas trancadas por um cadeado ou código que não seriam para revelar mais tarde (porque todos os diários são secretos).
Já “na era dos computadores” Ana Martins regressou a essas palavras e começou a reconstruir frases, a colocar o relato na 3.ª pessoa e a levar os seus desabafos, a um novo nível de inspiração: os desabafos transformaram-se em prosa e aos poucos podiam ser lidos como se de uma história, distante, se tratasse. Não fosse o seu processo de cura continuar a decorrer, já que a remissão é uma vitória mas a incerteza de não voltar a acontecer é real, e esta história poderia ser só mais um romance de ficção. Mas não era e Ana Martins tinha dificuldades em querer divulgar a sua história ao mundo e sequer de a fazer confundir-se com a primeira pessoa.»
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Apresentação pela autora no Pavilhão da CMF na feira do Livro de Faro, Dom. 4/8, 21h30
org. autora/ed. Guerra e Paz, com o Pátio de Letras
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