ABRIMOS NOS DOMINGOS 15 e 22 DEZ.
das 10h às 14h e das 15h30 às 19h30
abrimos à noite para as sessões agendadas
AGENDA
26/11/09
25/11/09
O ENVELHECIMENTO E A SEXUALIDADE
António Sousa (sociólogo, presidente da APF)
João Barreiros (enfermeiro, direcção da APF)
Miguel Rodrigues (médico, serviço de Urologia)
Luisa Gomes (psicóloga, Associação Âncora)
Grupo de Jovens da APF Algarve (uma equipa empenhada em desenvolver um trabalho de promoção para a saúde)
23/11/09
Amin Maalouf, os jardins de luz do maniqueísmo
«Sois traître à l’Empire, s’il le faut, et rebelle aux décrets du Ciel, mais fidèle à toi-même, à la Lumière qui est en toi, parcelle de sagesse et de divinité.»
Amin Maalouf, Les Jardins de lumière (1991)
17/11/09
Sábado dia 21, às 17h
No próximo sábado dia 21, às 17h, recebemos ANTÓNIO LAGINHA que simultaneamente com a apresentação de imagens, nos falará dos “Os Ballets Russes” - a mítica companhia que há 100 anos se estreou em Paris – “ e sua influência em Portugal”.
12/11/09
finalmente nas bancas: Herta Muller
"A Terra das Ameixas Verdes é uma obra sublime, um relato contido e agudo de existências em perigo sob a ditadura de Ceausescu. Romance político? Também. Mas é sobretudo um poderoso libelo contra a desumanidade tortuosa dos sistemas de governo cuja legitimidade deriva do silêncio e do medo. Um romance polifónico e anónimo: da maior parte das personagens conhecemos apenas o primeiro nome; da narradora, nem sequer isso…
Partindo do (aparente) suicídio de Lola, uma jovem - a narradora anónima - encontra apoio num grupo de três rapazes que, com ela, se interrogam e procuram entender tanto a morte de Lola como a sua própria impotência perante um regime que não se abstém de humilhar e silenciar todos aqueles que ousam desafiá-lo. Os quatro irão enfrentar os meandros de um poder corrosivo que visa diminuí-los e isolá-los, aniquilando-lhes a vontade e a capacidade de ter esperança.
Romance de resistência. Resistência ao silêncio asfixiante, porque cúmplice e perpetuador de despotismos, A Terra das Ameixas Verdes é um texto de «palavra difícil» porque as palavras apodrecem verdes na boca, trivializando experiências de terrível indizibilidade. Como dizer o medo da experiência? Como descrever a vontade de morrer? E no entanto, há o imperativo de dizê-lo.
Entre o silêncio impossível e a palavra estrangulada, esta é uma história de feridas jamais fechadas e do despudor impenitente de uma ditadura insidiosa que, obrigando à interiorização, sobreviveu nas marcas inelidíveis que deixou nos corpos e nas almas. "
in wook
11/11/09
Retratos do Algarve - sábado 14, 17h
lançamento do livro que reúne as conferências proferidas no ciclo Viajantes, Escritores e Poetas - Retratos do Algarve, que decorreu entre Março e Julho deste ano.
Organizado pelo Centro de Estudos Linguísticos e Literários da Universidade do Algarve e pelo Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, esta iniciativa, integrada nas comemorações dos 30anos da Universidade do Algarve, decorreu no Arquivo Municipal de VRSA e no Pátio de Letras, em Faro.
Isabel Baraona - “folhas, páginas e outros desenhos”
A autora fará uma apresentação da sua obra, onde os seus livros de artista estarão à disposição do público.
Introdução por Vasco Vidigal (Artadentro)
No dia seguinte, sábado, pelas 18h, na Artadentro, Isabel Baraona apresentará um vídeo e desenhos originais, destinados a publicação, integrando a série “os Livros de cores”. "Isabel Baraona (Cascais, 1974), estudou escultura, pintura, vidro e desenho, no Ar.Co (1993/96), enquanto completava o Bacharelato em Artes Decorativas na ESAD/FRESS (1994/97), em Lisboa. Estudou peinture et recherches tridimensionnelles, na ENSAV / La Cambre, Bruxelas, Bélgica (1997/2002) e fez a Pós-graduação em Pintura na FBAUL (2005/06). A sua obra é exibida publicamente desde 2001, individual e colectivamente, em Portugal e na Bélgica. Actualmente é docente na ESAD.CR, Caldas da Rainha.
Já quando em 2003, Isabel Baraona apresenta a série de pinturas intitulada “tu es mon pays”, a superfície pictórica apresenta-se sobretudo como memória do processo do fazer, como uma paisagem marcada e reveladora da acção do tempo. Mais tarde, é já o “subsolo” íntimo afectado pelos fenómenos exteriores, que motiva a sua obra.
Esta deriva introspectiva passa, então, a ser servida pelo desenho como forma privilegiada de investigação e inventariação de si na sua condição de jovem mulher. Logo aí, o manuseamento da tesoura, da agulha, da linha e a mancha vermelha no tecido, investigam códigos de separação dos sexos, sobretudo os que socialmente determinam o feminino. Depois, assumida plenamente a condição adulta, ainda que não abandonando o recorte e a colagem, é sobre o papel bidimensional que o lápis, o aparo ou o pincel, se impõem como meios de exteriorização de um mundo improvável, fantástico, terno e terrível, em que a maravilha da fábula se confronta com a crueldade e o medo, e em que o sonho é sempre perturbado pela crua realidade. "
10/11/09
Tertúlia Café Oceano - 5ª f 12, 18h30
é o tema de mais um Café Oceano, marcado para quinta-feira, dia 12 de Novembro, às 18h30, no Pátio de Letras.
O convidado é Nuno Lourenço, investigador do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da UAlg e professor da Universidade do Algarve destacado para a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC).
in http://barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=37600&tnid=2
"No dia 11 de Maio,Portugal depositou na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a sua proposta de extensão da plataforma continental, ao abrigo do Artigo 76º da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM). A culminar este processo, Portugal reivindica jurisdição sobre o solo e subsolo marinhos numa área muito significativa do Atlântico Norte.
Na conversa que terá lugar neste Café Oceano, avança o geólogo Nuno Lourenço, “far-se-á uma retrospectiva histórica sobre a construção da CNUDM, abordar-se-ão as diferentes etapas da implantação do projecto de extensão da plataforma no País e as mais-valias que a sua implantação trouxe em termos de conhecimento dos fundos oceânicos nacionais e de incremento da capacidade tecnológica instalada”.
O especialista vai ainda falar sobre as perspectivas futuras do projecto de extensão, “actualmente a aguardar avaliação pela Comissão de Limites da Plataforma Continental das Nações Unidas” e, finalmente, será ainda abordado “o potencial económico que o futuro oferece em matéria de exploração dos recursos vivos e não vivos nos grandes fundos oceânicos nacionais”.
O Café Oceano é um espaço de discussão informal sobre assuntos relacionados com o oceano que nasceu de uma ideia original dos alunos de Oceanografia da Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente (FCMA) e de Cristina Veiga Pires, também docente naquela faculdade.
Esta tertúlia decorre normalmente uma vez por mês, ao fim do dia, num café/bar de Faro. Para participar não é preciso ser especialista, só é necessária curiosidade e interesse pelas matérias em debate.
O painel de especialistas que faz a apresentação mensal de cada tema, assim como a moderação da discussão (sempre assegurada por Cristina Veiga Pires), incentiva à participação de toda a população.
“Quanto maior a diversidade de perspectivas melhor”, sublinha a mentora do projecto. A primeira edição do Café Oceano teve lugar no dia 19 de Maio de 2005, no Bar do Álvaro, em Gambelas. "
09/11/09
Lídia Jorge, os encontros fortuitos de cinco contos situados
«Em que altura a criança troca a moeda de oiro da inocência pela agulha da perversidade?»Lídia Jorge, Praça de Londres. Cinco contos situados (2008)
05/11/09
ler e respirar 13
(Este texto é parte de um outro mais longo publicado no blog “incursões”. Não é meu hábito contrabandear textos (mesmo os meus) mas a Liliana insistiu em que o reeditasse aqui. As mulheres mandam (até ganham o Nobel!) pelo que não tive outra alternativa senão servir vinho velho em odre novo.)
Há Nobel e Nobel, basta escolher
O Nobel da literatura em si pouco me diz. Quantos premiados não estão, desde há muito, sepultados sob uma espessa capa de esquecimento e silêncio?
Claro que se pode sempre dizer que o esquecimento afecta também alguns dos grandes, Gide, por exemplo, de que em Portugal não deve haver actualmente uma única edição recente. Todavia, poder-se-ia retorquir que isso, esse ocasional desinteresse, tem mais a ver com a incultura de alguns, com a ganância dos editores que diariamente nos despejam toneladas de livros que só se vendem graças á publicidade, às capas berrantes, aos pagamentos (que os há) a livreiros para exibirem vantajosamente os seus subprodutos nas estantes mais à vista dos incautos.
Ora, há uns largos anos, mais propriamente em Maio de 93, numa surtida à livraria, caiu-me o olho num livrinho fino, modesto, sem capa apelativa mas com um título definitivamente extravagante: “O homem é um grande faisão sobre a terra”. Eu não sabia que aquilo era um provérbio da minoria alemã da Roménia e que apenas significava que, neste mundo, o homem se move tão deselegantemente quanto o voo do faisão. Isso aprendi com o livrinho, em tardia leitura, que –como é hábito – fiz muito tempo depois. Os compradores compulsivos arrastam consigo um deficit de leitura tremendo em relação ás pilhas de livros que vão acumulando. No caso em apreço foi um erro. Trata-se de um romance extremamente bem feito, melhor contado, em capítulos breves, densos, numa linguagem poética e, ao mesmo tempo, devastadoramente expressiva, quase coloquial.
Herta Müller, de que só li esta obra, ganhou este ano, para geral surpresa o Nobel. Os “derrotados” (se de derrotados se pode falar) terão sido, entre outros, Roth, Llosa ou Amos Oz, autores consagradíssimos, com obra extensa e notável. Pessoalmente juntar-lhes-ia Cláudio Magris um dos mais brilhantes exemplos da misteriosa literatura triestina, cidade que muito me seduziu e que atraiu intelectuais como Joyce ou Svevo (dois não premiados...).
Vale a pena ler esta escassa centena de páginas que uma editora corajosa (cotovia) publicou em 93 (há dezasseis anos!) e que não terá despertado grandes entusiasmos por cá. Não sei se ainda por aí circulam alguns exemplares para venda. E, no caso de circularem, se ainda custam oito euros (ou, como vejo no meu exemplar, 1680$00, que não era propriamente um preço de amigo para tão pouco livro.) mas, se permitem um conselho, vão por ele, é boa leitura, a letra é grande, a capa é de uma simplicidade desarmante e... (ao contrario de estrepitosas e recentes novidades) aquilo fala mesmo de nós, da nossa humana e mortal condição, e do que outros fazem de nós (ou tentam fazer, mas isso é outra história).
Novidade no Pátio de Letras
03/11/09
Novidades acabadas de chegar ao Pátio de Letras
Brutalmente divertido, pungente e inflexível, este livro revela-nos, sem máscaras, uma cidade estranha e um tempo que é o nosso. Uma intensa narrativa impressionista agora em filme.
Sinuosamente construído em quatro partes entrecruzadas, o décimo quinto romance de Paul Auster começa em Nova Iorque, na Primavera de 1967, quando o jovem aspirante a poeta Adam Walker conhece Rudolf e Margot, um enigmático casal francês. O perverso triângulo amoroso que rapidamente se forma conduz a um chocante e inesperado acto de violência cujas consequências serão irreversíveis.
Três narradores contam uma história que se desloca no tempo, de 1967 a 2007, e no espaço, à medida que viaja entre Nova Iorque, Paris e uma ilha remota nas Caraíbas. Invisível está imbutido de fúria, de sexualidade desenfreada e de uma busca implacável por justiça. É uma viagem através das fronteiras sombrias entre verdade e memória, criação e identidade. Uma obra inesquecível pela mão de um dos nomes cimeiros da literatura dos nossos dias.
Sentados a uma mesa da taberna A Catedral, o jornalista Santiago Zavala conversa com o seu amigo Ambrosio. Estamos em Lima, na época ditatorial do general Manuel A. Odría (1948-1956), e dessa conversa acompanhada de cerveja emerge um Peru cruel, corrupto, desesperançado, matéria-prima ideal, portanto, para um romance que só um grande jornalista e escritor como Vargas Llosa poderia ter produzido.
Uma história esplêndida que reúne muitos dos ingredientes que fizeram a fama do autor peruano – as críticas ácidas, a irreverência, a rebeldia e o humor sarcástico. Conversa n'A Catedral é a crónica de uma ditadura e da resistência possível graças à palavra. Uma aguda reflexão sobre a identidade latino-americana e sobre a perda da liberdade.
Best-seller "Caim" novamente disponível
02/11/09
António Lobo Antunes
… a alegria de ser entendido sem palavras, que é o nosso sonho, é indizível. O nosso sonho é que nos possam entender sem termos que explicar. Que a pessoa entre em nós naquele núcleo de trevas que nós achamos sempre que é incomunicável. E isso é possível através dos sentidos. Os sentidos são anteriores à palavra»
Notável entrevista de/a Mário Crespo, SicN, Jornal das 21h, 30 de Outubro. A ouvir e ouvir aqui